de los armenios?”
Adolfo Hitler
Recentemente o Senado francês aprovou uma lei, que segundo o Primeiro-Ministro turco Recep Tayyip Erdogan, é discriminatória e racista. A lei estipula que a negação do genocídio arménio cometido pelo Império Otomano é crime. A ser assinada pelo Presidente Sarozy, prevê um ano de prisão e o pagamento de uma multa no valor de 45 mil euros, a qualquer indivíduo que negue a ocorrência daquele massacre.
É certo que esta decisão do Parlamento francês proporciona uma grave incidente diplomático, entre ambos Estados, França e Turquia, uma vez que, no comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, referia que «a Turquia vê-se obrigada a tomar todos os passos necessários contra esta disposição injusta que reduz os valores humanos básicos e a consciência pública a zero».
Impera assim debruçar sobre a História e os acontecimentos principalmente entre os anos 1915 e 1917.
«Gwynne Dyer sintetizou bem o problema num artigo publicado em 1976 na Middle Eastern Studies sugestivamente intitulado Turkish «Falsifiers» and Armenian «Deceivers», onde referia que «qualquer historiador que tenha de lidar com os últimos anos do Império Otomano, mais cedo ou mais tarde vai encontrar-se a desejar desesperadamente que a neblina se dissipe sobre os arménios otomanos do final do século XIX e início do século XX, especialmente sobre as deportações e os massacres de 1915» (Fernandes:4). Essa mesma neblina que Dyer referia, ainda teima em não dissipar, vejamos os poucos Estados e organismos/ organizações internacionais, que reconhecem os acontecimentos de 1915 – 1917 como genocídio.
Na altura os vários fracassos militares eram considerados pelos turcos consequência das acções dos arménios e das suas deserções, algo ainda a comprovar.
Apesar de todos os indícios documentados por outros Estados sobre o massacre arménio, uma “cortina de silêncio” foi criada desde a fundação da República da Turquia em 1923 por Mustafa Kemal.
O massacre dos arménios tornou-se um “genocídio esquecido” da História, com a Turquia sempre a negar que não houve qualquer intenção de genocídio no decorrer dos massacres, alegando que tal foi uma necessidade militar.
Segundo a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio (1948), define como genocídio como «os actos (…) cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, tais como: a) assassinato de membros do grupo; b) atentado grave à integridade física e mental de membros do grupo; c) submissão deliberada do grupo a condições de existência que acarretarão a sua destruição física, total ou parcial; d) medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; e) transferência forçada das crianças do grupo para outro grupo».
Após o exposto é claro que o massacre ao povo arménio foi sem dúvida um genocídio, realizado pelo Império Otomano, do qual a Turquia é herdeira. Houve intenção clara de dizimar uma etnia, e tal verifica-se nos vários acontecimentos desde finais do século XIX, ao início do século XX.
Bibliografia:
Fernandes, José Pedro Teixeira. (s.d.) “O Genocídio Arménio: O Reconhecimento Político e o Problema Histórico”, in http://www.cepese.pt/portal/investigacao/working-papers/relacoes-externas-de-portugal/o-genocidio-armenio-o-reconhecimento-politico-e-o-problema-historico/O-genocidio-armenio-o-reconhecimento-politico-e-o.pdf;
Granovsky, Súlim. (s.d.) “Genocídio Armenio El Extermínio Silenciado”, in http://www.raoulwallenberg.net/wp-content/files_flutter/6797.pdf;
Dadrian, Vahakan N. (2007) “Historia del Genocídio Arménio – Conflitos Étnicos de los Balcanes a Anatolia y al Cáucaso”, Buenos Aires, Imago Mundi, Colección Escritos Corsarios in http://www.serviciosesenciales.com.ar/articulos/armenia-dadrian.pdf;