quinta-feira, 14 de junho de 2012

Basel Shehade o cineasta

A escalada do terror continua na Síria e parece não ter fim. Ao fim de 15 meses de violência cerca de 13 mil pessoas morreram. «Os números dizem pouco. Já morreram sírios de todas as idades e em todos os lugares. Já morreram muitos sírios que podiam estar longe da Síria». Sejam sírios, estrangeiros, homens, mulheres ou crianças...  pessoas morrem todos os dias!
Os  sucessivos vetos russo e chinês  no Conselho de Segurança impedem qualquer iniciativa militar apenas contribuem para que o terror continue naquela região.
Enquanto uns discutem se o conflito pode ser considerado "guerra civil" ou se ainda estamos perante uma "insurreição", massacres ocorrerem. Após o intenso combate em Homs, Hama, e outras cidades, agora é vez de Houla e Haffe. Segundo um relatório da ONU, crianças estão a ser usadas como "escudos humanos". Radhika Coomaraswamy, representante especial da ONU para as crianças e para os conflitos armados, afirma que crianças estão a ser detidas, torturadas e assassinadas.
Relembro que desde Abril um cessar-fogo está estipulado pelo plano de paz do enviado especial Kofi Annan, mas na prática não resultou em qualquer mudança. Integrado nesse mesmo plano de paz cerca de 300 observadores da ONU encontram-se no território, mas apesar dos esforços a violência perdura. Para escapar ao terror milhares de pessoas refugiam-se nos estados vizinhos nomeadamente Turquia, Iraque, Líbano e Jordânia.

Hoje impera falar daqueles que rumam ao conflito para dar a conhecer ao mundo os horrores e assim contar a história de todos aqueles que  seriam esquecidos.
Há uma semana morreu Basel Shehade! Mais um sírio, mais um civil para a longa lista de mortes desde o início da revolta há 15 meses. Shehade, cineasta, percorria o território sírio a gravar imagens da violência. Não é o primeiro a morrer ao relatar os terrores vividos na região. Relembro que como Shehade, Marie Colvin, repórter de guerra, e Rémi Ochlik, fotojornalista, viriam a falecer debaixo do intenso bombardeamento do exército sírio. No seu curto percurso Shehade incutiu nos outros a necessidade de fazer o que realizava, documentar os horrores do conflito para que não fossem esquecidos e muito menos negados, como é usual ao Homem.

Abaixo podem encontrar um dos seus trabalhos mais recentes, "Singing to Freedom", onde reúne entrevistas a activistas sírios.







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