terça-feira, 10 de julho de 2012

Mártires do Islão

Um mártir é alguém que morre pela sua fé religiosa, pelo simples facto de professar uma determinada religião ou por agir de acordo com essa mesma religião, daí se poder dizer que Jesus Cristo, por exemplo, foi um mártir. É importante ressalvar que mártir pode ainda ser aquele que morre patrioticamente pela liberdade, a independência ou a autonomia de um povo, por um ideal social ou político ou num conflito.

As primeiras referências a mártires entre muçulmanos remontam ao Imâm Husain, neto de Maomé, que numa batalha em 680 afirmou: “O Profeta disse que aquele que vê um governante exercer a tirania, infringir a lei divina, violar as Ordens de Deus, ir contra o modo de vida do Profeta e governar o povo através da crueldade e do pecado e não se lhe opõe pelas palavras ou pelos actos não será abençoado por Deus (…) Perante este estado de coisas, compete-me substituir o seu Reino pelo Reino da verdade e da justiça ... Anseio morrer como mártir. Viver no meio dos fracos é, já de si, um crime”, escreve Salman Ghaffari, citado por Helder Santos Costa (Costa, 2003, p. 76).

O autor português lembra que em múltiplas passagens do Alcorão encontram-se alusões ao paraíso definido como a “Estância dos bem-aventurados e das delícias”, que são “frutos da obediência a Deus (Costa, 2003, p. 63). Helder Santos Costa frisa ainda que “o voluntário para o martírio tem de estar fortemente motivado para o ingresso no Paraíso”, sendo essa motivação ideológica, religiosa e patriótica (Costa, 2003, p. 67). A organização radical Jihad Islâmica organiza cerimónias aos voluntários para o martírio onde se proclama a sua vitória sobre a morte. Segundo Helder Santos Costa, “existe a crença de que mal a primeira gota de sangue é derramada” por um mártir, “todos os seus pecados são perdoados” (Costa, 2003, p. 67).

De acordo com o mesmo autor, alguns “radicais cultivam a ideologia da morte e até chegam a ser partidários do niilismo até a um dado momento sincrónico, o da sua própria morte, que procuram ver recompensada no Além”. Alguns extremistas pautam o seu modo de estar pelo maniqueísmo, considerando que “o Mundo dos Crentes deverá combater sempre o Mundo dos Não Crentes, até à consumação da vitória final”, acrescenta. Neste sentido, muitos extremistas subscrevem algumas máximas” de Bin Laden, tais como “o amor a este mundo é errado, deveis amar o outro mundo” ou “nós amamos a morte, os norte-americanos amam a vida” (Costa, 2003, p. 26).

Várias associações que aplaudem actos suicidas são não raras vezes as mesmas que constroem esses actos suicidas. Alcino Cruz chama a atenção que “as organizações terroristas estão interligadas nas suas acções” e têm chefes supremos à cabeça para converterem alguns muçulmanos a tornarem-se suicidas, sendo que muitas vezes estes últimos são instruídos desde crianças a tornarem-se mártires contra os governos ou contra aqueles que não são muçulmanos (Cruz, 2002, p. 35). O mesmo autor reforça, num livro bastante crítico, que jovens muçulmanos são persuadidos pelos seus correligionários directos a tornarem-se mártires, “devido, provavelmente, ao obscurantismo, superstição e ignorância que têm, em virtude de aprenderem, desde crianças, só a recitar versículos do Alcorão, sem, portanto, aprenderem outro conhecimento crítico” (Cruz, 2002, p. 7).

Seja qual for a motivação, a maioria do suicidas em ataques terroristas são recordados com grande respeito e admiração, sendo inclusive ídolos de futuros mártires pela mesma causa.

Referências bibliográficas:


COSTA, Helder Santos (2003), O Martírio no Islão, Lisboa, ISCSP.

CRUZ, Alcino (2002), O pensamento e a humilhação das mulheres da fé islâmica, Lisboa, Campo Grande Editora.

Nota: Texto escrito em Dezembro de 2010.

1 comentário:

  1. allahu akbar= allah é o maior.
    No corão está que allah engana.
    Logo, allah é o maior enganador.
    Logo.
    O tal "paraíso" são os infernos.
    Portanto.
    Aquilo que um muçulmano mais deseja é que o enviem para os infernos.
    Não há quem possa desmentir mais esta verdade sobre o enganador e maléfico islam.

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