sexta-feira, 9 de março de 2012

"Syria: The Assads"

Bashar al-Assad optou pelo massacre dos seus civis com fim de perpetuar no poder. Desde 2011 que o Estado sírio está sob “fogo”. No seguimento da tão proclamada “Primavera Árabe”, manifestações surgiram contra o governo autoritário do herdeiro de Hafiz al-Assad.
A hereditariedade no poder seria o meio utilizado para governar, algo usual na região. Em 1994 a família Al-Assad, era abalada pela morte de Bassel, primeiro filho de Hafiz que estava destinado a seguir as pisadas do pai. Bashar vê o seu futuro tomar outro rumo. Em 2000 torna-se Presidente da Síria, na sequência do falecimento de seu pai.
Na altura era expectável um aproximar e uma abertura da Síria ao Ocidente, como também reformas democráticas, mas Bashar deu continuidade à política do seu antecessor.
Recorde-se que Hafiz, em 1982, com intuito de cessar uma rebelião motivada pela Irmandade Muçulmana, bombardeou a cidade de Hama durante vários dias. Estimam-se que 20 mil pessoas morreram. Bashar parece querer seguir as pisadas do pai, no que se refere à forma como lida com as manifestações. Relembro que desde o início dos protestos, em Janeiro de 2011, já morreram mais de 7500 pessoas segundo dados da ONU, ainda assim a oposição a Bashar calcula que o número de vítimas ultrapasse os 8500, grande parte na cidade de Homs. Outros são ainda vítimas de torturas.
Bashar já deu razões suficientes à comunidade internacional de que não é capaz de proteger nem assegurar a segurança dos seus cidadãos. Logo quando o Estado não é capaz de asseverar o princípio da responsabilidade de proteger, cabe então à comunidade internacional agir.
No caso da Líbia, como podemos comprovar verificou-se uma certa inércia por parte da comunidade internacional. Inicialmente os vários apelos ao fim da violência e a imposição de sanções pareciam o rumo ideal, para travar Kadhafi. Claro está que o cenário de violência não cessou, aliás escalou de tal maneira desencadeando uma guerra civil. Só passado cerca de um mês é que a comunidade internacional intervinha.
Porquê relembrar o caso da Líbia? De certa maneira assemelha-se com a situação na Síria. Bashar recusa abandonar o poder. Gustave Le Bon em As Opiniões e as Crenças, referia que «os homens dominados por uma certeza não podem tolerar aqueles que não a aceitam», Bashar sem dúvida é um destes homens.
As sanções persistem uma vez que não há outra alternativa, visto que, quer a Rússia quer a China vetaram no Conselho de Segurança da ONU, a proposta de intervenção estrangeira no território.
A inércia da comunidade internacional tem que cessar. Sei que são os interesses a ditar as regras do jogo e não a ética, mas a inércia só contribuiu para que para fortalecer essas atrocidades e propagá-las. Ao expandir contribui para o surgimento de centros de tensão e desequilíbrio, logo instabilidade.
E instabilidade e insegurança atormentam aos Homens.


Aos interessados recomendo o visionamento do documentário "Syria: The Assads"

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