quinta-feira, 10 de novembro de 2011

7 mil milhões





Somos sete mil milhões de habitantes, segundo a ONU. A humanidade chega a um novo recorde, num espaço de tempo relativamente curto. Em 12 anos ultrapassamos os seis mil milhões, facto incrível, quando comparado com os 123 anos que demoraram a passar de mil milhões a dois mil milhões.

É notório que o aumento populacional tem sido imparável nas últimas décadas. Se até 1804 constavam apenas mil milhões, e em 1927 dois mil milhões de pessoas, em meados da década de 60, o número aumentaria para os três mil milhões, e desde então o intervalo de anos seria cada vez mais curto. Em 1974 contabilizavam-se quatro mil milhões de pessoas, em 1987 cinco mil milhões, em 1999 seis mil milhões de indivíduos, e recentemente aumentamos mais mil milhões.

É de salientar que cerca de 60% da população mundial encontra-se no continente asiático, e que neste situam os países mais populosos, a China e a Índia. Estima-se que dentro de 15 anos a Índia ultrapassará a China, tornando-se então o país mais populoso do mundo. É estimado que até 2050 a população mundial ultrapasse os nove mil milhões de habitantes e até ao final do século ultrapasse os dez mil milhões.

Segundo o relatório sobre “a situação da população mundial 2011” (relatório de campo que envolveu nove países, china, Egipto, Etiópia, Finlândia, Índia, México, Moçambique, Nigéria e Macedónia), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), os indivíduos com menos de 25 anos constituem cerca de 43% da população mundial, ainda assim em estados desenvolvidos ou industrializados assistimos a um declínio dos jovens (10 – 24 anos). Relativamente à população com mais de 60 anos, corresponde a 893 milhões de pessoas mas até 2050, esse número atingirá os 2,4 mil milhões.

Assistimos a um envelhecimento da população nos países mais ricos contrapondo a um rejuvenescimento da população nos países pobres, dada a elevada taxa de natalidade. A esperança média de vida aumentou de 48 anos na década de 50, para 69 anos em 2011, e eventualmente continuará a aumentar, em todos os países.

Que impactos têm estes crescimentos no mundo que vivemos? Surgem n de questões, que devem ser analisadas tendo sempre como foco a segurança humana. Mas questionar-se «como nos tornamos tão numerosos? Qual a quantidade de pessoas que a Terra pode sustentar?», é simplesmente absurdo. Como salienta o relatório do UNFPA, importa questionarmos «“o que posso fazer para melhorar o mundo em que vivemos?”», como referia Babatunde Osotimehin (Director Executivo do UNFPA). Importa assim analisar todas as premissas que encaminhem para análises aprofundadas da sociedade e do seu bem-estar. Impera analisar os impactos a nível social e económico e acima de tudo tentar minimizar as grandes disparidades.

Ásia e África batem recordes de nascimentos. Para além da alta taxa de gravidezes em adolescentes nestes dois continentes, as várias deficiências verificadas naquelas sociedades (educação, saúde, saúde materna, protecção, …) possibilitam distorções sociais face ao ritmo de crescimento populacional. Contrariamente noutras regiões, como a Europa ou América do Norte, assistimos a um envelhecimento da população. Tal detém imensos impactos a nível económico, como a sustentabilidade da Segurança Social, visto que não se verifica renovação de gerações.

Outra problemática a ter em relevância e de extrema importância é sem dúvida os recursos disponíveis, alimentos, água e energia. Num mundo tão díspar, certas regiões carecem destes recursos essenciais à existência humana, que por vezes culminam em conflitos. Actualmente existem milhões de indivíduos subalimentados ou no limiar da pobreza.

As migrações têm cada vez mais impacto num mundo globalizado. Estimam que cerca de 240 milhões de pessoas vivem fora do país onde nasceram, para além dos milhões que realizam migrações internas. Se no passado um em cada três habitantes morava na cidade, actualmente são dois em cada três indivíduos.

É fundamental fomentar políticas que dissipem as várias disparidades quem internacionalmente, quer nacionalmente, porque ambas podem gerar desconforto e em última análise conflito. Apesar das várias conquistas nem todos os seres humanos detêm uma existência digna. Como menciona Babatunde Osotimehin é fulcral, «traçar agora um caminho para o desenvolvimento que promova a igualdade, ao invés de exacerbar ou reforçar as desigualdades, é mais importante que nunca».

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