terça-feira, 29 de novembro de 2011

Acerca do Egipto e da revolução



Aos interessados deixo duas sugestões de leitura sobre os recentes acontecimentos no Egipto.

1º - “Tahrir os Dias da Revolução” de Alexandra Lucas Coelho, relata a sua experiência no Cairo durante o mês de Fevereiro, já nos finais do governo de Mubarak. O olhar de um estrangeiro sob uma sociedade em revolta que desejava por mudanças. «”Tahrir - Os Dias da Revolução” não é uma reportagem, é o relato inédito dessa experiência».

Autora de “Caderno Afegão: Um Diário de Viagem” (2009) e “Viva México” (2010), Alexandra Lucas Coelho, nasceu em 1967 em Lisboa. Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, estreia-se na rádio na década de 80. Entre 1991 e 1998 foi jornalista da RDP. Desde 1998 trabalha no jornal Público. Em 2005 – 2006 esteve em Jerusalém como correspondente e desde final de 2010 vive no Rio de Janeiro como correspondente do Público.

«Nos próximos dias será assim. Tahrir vai oscilar entre o trânsito e o pós-revolução, incerto e tantas vezes desapontador, como tudo o que se segue aos momentos extraordinários» - in "Tahrir os Dias da Revolução" pág. 97

2º - “O Estado do Egito” de Alaa Al Aswany, relata a situação da sociedade egípcia aos olhos de um dos romancistas mais aclamados, considerado dos maiores escritores do Médio Oriente e um dos 500 muçulmanos mais influentes do mundo.

Alaa Al Aswany analisa os principais problemas do seu país, como ainda levanta uma série de questões inquietantes sobre o futuro do Estado Egípcio. «Quem será o novo presidente e como será eleito num país em que até agora só simplórios, oportunistas e comediantes é que estavam envolvidos em eleições? Qual será o papel a desempenhar pela Irmandade Muçulmana? Como poderão ser implementadas reformas democráticas num país habituado a contradições, tais como a de a autoridade religiosa que recorre ao método da tortura?»

«Enquanto a arrastava pelo chão, dando-lhe pontapés com as botas, ela não implorou, não pediu ajuda, nem apelou ao brutamontes. Entoava: "Liberdade, liberdade, viva o Egito, viva o Egito." E nesse momento o general teve uma estranha sensação. Apercebeu-se de que podia matar aquela rapariga, despedaçá-la, se quisesse, mas não conseguia derrotá-la, humilhá-la ou quebrar a sua vontade. Sentiu que apesar de todo o seu poder saía derrotado e que era aquela pobre rapariga brutalizada e violentada que iria triunfar» - in "O Estado do Egito"

Sem comentários:

Enviar um comentário